quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Filho de Posídon e Euríale, Oríon foi um caçador famoso que, ao visitar a ilha de Quios se apaixonou por Mérope, a filha de Enópion, o qual era filho de Dioniso e da mulher Ariadne. Tal como muitos outros reis da mitologia grega, Enópion sentiu-se ameaçado por um herói que o visitou então o rei planou matá-lo enviando-o numa busca perigosa. O rei prometeu que daria a filha a Oríon se o caçador libertasse a ilha de todos os animais selvagens que eram uma praga. Dia após dia, Oríon foi empilhando no palácio as peles dos animais mortos mas Enópion continuava dizendo que havia mais criaturas rugindo nas grutas e entre as rochas. Na verdade, ele não queria cumprir a promessa, pois estava dominado pelo monstruoso desejo pela própria filha. Uma noite, Oríon tinha bebido de mais e violou a infeliz Mérope. No dia seguinte, Enópion fingiu que não sabia nada sobre a violação da filha, mas implorou ao pai Dionisio que o ajuda-se a vingar-se e o deus forneceu-lhe mais vilho bem forte. Enópion (cujo o nome em grego significa «cheio de vinho») foi enchendo a taça de Oríon que caiu bebado no chão, e completamente indefeso. Então Enópion arrancou-lhe ambos os olhos e atirou-o para fora do palácio. Oríon foi cego para a costa de Quios, implorando os deuses que o ajudassem. Os deuses ajudaram-no lançando a profecia de que recuperaria as vista se viajasse para leste e olhasse ( se é o que pode dizer olhar só com as órbitas dos olhos) em direcção ao ponto de onde se ergue o cavalo do sol no horizonte. Oríon galopou ao longo da costa até que deitou as mãos a um barco e remou pelo mediterrâneo o mais para leste possivel, onde a deusa da aurora, Eos de dedos rosados, prepara o céu noturno para o erguer dos cavalos do sol. Aí ele recuperou as vista e a deusa apaixonou-se por ele. Durante algum tempo, Eríon ficou com Eos como sua amante, mas ansiava por vingança e não tardou a voltar para Quios em busca de Enópion. Quando chegou, não encontrou o rei (na verdade ele estava escondido num compartimento secreto subterrâneo), e Oríon continuou a sua viagem para encontrá-lo. Entretanto, Apolo planejava vingar-se de Oríon, pois não tinha gostado que Eos o tivesse requido como amante em Delos, a ilha sacrossanta para Apolo. A preocupação deste era a violação da ilha, mas também a castidade da irmã Ártemis. Ele tinha ouvido dizer que Oríon tinha conseguido juntar-se ao grupo de caçadoras de Ártemis, do qual até agora nenhum homem tinha sido aceite, e Apolo começou a pensar se ela estaria a ponderar a possibilidade de abandonar os seus votos de castidade e aceitar o mortal como marido. Apolo não tinha gostado mesmo nada disso, nem da jactância de Oríon al ter libertado o mundo de animais selvagens. É sempre um erro um ser mortal pretender ter os poderes de um deus. Apolo foi ter com Geia, a deusa da terra, e informou-a de que Oríon tinha ameaçado exterminar todos os animais do mundo. Geia não perdeu tempo e mandou imediatamente um escorpião matar o caçador, antes que ele destruísse mais algum dos seus filhos. Oríon não podia matar o escorpião e mergulhou no mar para escapar. Apolo pediu então à Ártemis para que acabasse com o nadador, alegando que o canalha tinha acabo de tentar seduzir as suas ninfas. Ártemis não conseguiu saber a identidade do nadador mas atirou uma flexa que lhe acertou na cabeça. Só então ela descobriu que o irmão lhe tinha mentido e que ela havia alvejado o seu querido companheiro de caça, é implorou a Asclépio que ressuscitasse o morto. Foi então que Zeus destruiu Asclépio por interferir na morte, Ártemis não conseguiu ressucitar Oríon, mas homenagiou-o numa composição de estrelas com grande visibilidade no céu do hemisfério norte, conhecida como a nebulosa de Oríon, em que três estrelas representam o cinturão da sua espada, enquanto o escorpião brilha para sempre como constelação com o seu nome.