terça-feira, 2 de agosto de 2011


O monstro do lago Ness, monstro de Loch Ness, ou também conhecido simplesmente por Nessie, é uma suposta criatura aquática que alegadamente foi vista no Loch Ness (Lago Ness), nas Terras Altas da Escócia. A sua existência, ou não, continua a suscitar debate entre os cépticos e os crentes, e é um dos mistérios da criptozoologia. O monstro de Loch Ness é descrito como uma espécie de serpente ou réptil marinho, semelhante ao plesiossauro, um sauropterígeo pré-histórico. Mas no dia 29 de Maio de 2003, o governo da Escócia declarou que o monstro não existe e as ideias de que ele existe não passam de fruto da imaginação. Rumores acerca de uma criatura estranha em Loch Ness existem há pelo menos 1595 anos. O primeiro registo escrito aparece na Vida de São Columbano (também conhecido como São Columbina) escrita pelo próprio no século VI, onde Columbano descreve como salvou um picto das garras do monstro. Em outro ponto da obra, o santo conta que matou um javali com o poder da sua voz, o que levanta questões sobre a credibilidade dos seus relatos, mas o javali pode ter morrido por outra causa enquanto ele gritava ou simplesmente Columbano usou uma metáfora, como estar usando "Voz" como algo relativo ao povo e usado um exército de pessoas.


A Nessie


No século XX - o primeiro relato é de 1923 - e conta como Alfred Cruickshank avistou uma criatura com cerca de 3 metros de comprimento e dorso arqueado, mas o registo visual que iniciou a popularidade de Nessie data de 2 de Maio de 1933 e foi relatado pelo jornal local Inverness Courier numa reportagem cheia de sensacionalismo. Na peça conta-se que um casal viu um monstro aterrorizante a entrar e sair da água, como alguns golfinhos fazem. A notícia gerou sensação e um circo chegou mesmo a oferecer 20.000 libras pela captura da criatura. A esta oferta seguiu-se uma onda de registos visuais que resultaram em 19 de Abril de 1934 na mais famosa fotografia do monstro, tirada pelo cirurgião R.K. Wilson (daí o nome da fotografia, conhecida como Surgeon’s photo). A fotografia circulou pela imprensa mundial como prova absoluta da existência real do monstro. Décadas depois, em 1994 Marmaduke Wetherell confessou ter falsificado a fotografia enquanto repórter free lancer do Daily Mail em busca de um furo jornalístico. Wetherell afirmou também que decidiu usar o nome do Dr. Wilson como autor para conferir mais credibildade ao embuste. Em 25 de maio de 2007, Gordon Holmes, um técnico de laboratório de 55 anos de idade, filmou um vídeo que ele diz ser de uma "criatura preta, com cerca de 45 pés de comprimento, movendo-se rapidamente na água". O vídeo vai ser estudado por biólogos. Diz-se que o vídeo está "entre as mais brilhantes aparições do monstro já feitas".[1] A BBC da Escócia transmitiu o vídeo em 29 de maio de 2007. Quase todos os relatos de aparições do monstro descrevem-no à semelhança de um Plesiossauro, um animal parente dos dinossauros extinto desde o Mesozóico. Os plessiossauros eram répteis aquáticos de grandes dimensões, com um pescoço grande em relação à cabeça, que se deslocavam com a ajuda de enormes membros em forma de barbatana. A semelhança com um animal extinto levou alguns criptozoólogos a defender que o monstro de Loch Ness é um plessiossauro que, de alguma forma, sobreviveu à extinção da sua espécie no fim do Cretácico. Os cépticos argumentam com a impossibilidade de um único indivíduo sobreviver 63 milhões de anos e que esta hipótese implica a existência não de um monstro, mas de uma pequena comunidade. Baseado no tamanho do lago e na quantidade de alimento, George Zug, do Smithsonian, calculou que o número de criaturas como Nessie poderia variar de 10 a 20 animais se cada um pesarem cerca de 1500 e chegar até 150 animais de 150 quilos (O que provavelmente não é o caso já que descrevem criaturas enormes). Cientistas dizem que um Plesiossauro nunca levantaria o pescoço acima d'agua, como o monstro supostamente faz. Além disso, o plesiossauro era adaptado ao calor, e não às temperaturas absurdamente baixas do Lago Ness. Baseando-se nisso, um grupo de cientistas criaram uma teoria que diz que o monstro é, um dinossauro parente do plesiossauro, que além de nunca ter sido documentado, possuía uma estrutura óssea diferente de seu suposto primo e o corpo adaptado a condições climáticas diferentes, que vivia no Oceano Ártico ou Atlântico. Assim, um grupo dessas criaturas entrou pelo Rio Ness (uma das únicas ligações do lago com o mar) e depois de certo tempo o rio ficou muito raso, e as criaturas não puderam sair, graças ao alimento farto de salmões, enguias e trutas as criaturas se adaptaram à vida no lago. Então, "Nessie" provavelmente seria da superordem Sauropterygia. Outras explicações para os registos visuais sugerem que as testemunhas tenham confundido o monstro com os esturjões que abundam no lago e que, graças à sua estranha aparência, possam ter causado confusão. Há ainda quem relacione os registos visuais com libertação de gases da falha tectónica que modela o lago, que podem chegar à superfície sobre a forma de bolhas. Em Julho de 2003, uma equipe da BBC realizou uma investigação exaustiva na zona, com o fim de determinar de vez a existência ou não do monstro. O lago foi percorrido de uma ponta à outra por mergulhadores e cerca de 600 sonares sem qualquer resultado. A BBC concluiu que o monstro não existe mas nem isto desalentou os defensores de Nessie. Grande parte da dificuldade em encontrar ou provar a ausência da criatura é devida à peculiaridade geológica do próprio lago. Ele tem forma estreita, profunda e alongada, com cerca de 37 quilómetros de comprimento, 1,6 quilómetros de largura e uma profundidade máxima de 226 metros. A visibilidade da água é extremamente reduzida devido ao teor de turfa dos solos circundantes, que é trazida para o lago através das redes de drenagem. Pensa-se que o lago Ness tenha sido modelado pelos glaciares (Brasil: geleira) da última era glacial. Além disso, a visibilidade na superfície costuma ser má, o que explica a má qualidade das fotos e a suspeita de que os registos visuais sejam apenas pareidolia. Na Escócia, a média dos últimos 30 anos é de apenas 48 dias de sol por ano.